Tenho escutado essa música sempre que estou tomando café da manhã. É o momento do meu dia em que reflito sobre a vida; sobre o que passou e sobre o que virá - e por fim, me pergunto se devo fazer planos. Depois que tive meu filho, não tive muito tempo para pensar em mim. Tudo que fiz nos últimos três anos são pensando no bem-estar dele. Agora que consegui concluir a faculdade e estou trabalhando, sempre que acordo pela manhã, me permito conjecturar situações em que estou verdadeiramente feliz e em paz e o que eu preciso fazer para chegar lá.
Não quero dizer com isso, caro leitor, que estou insatisfeita sendo mãe. Mas a verdade é que abri mão de muitas coisas que considerava importante, dentre elas fazer uma faculdade em uma área que realmente gostava, por ser longe demais da minha família e não ter rede de apoio. E não, em nenhum considerei deixar meu filho para ser criado por outra pessoa. Fiz o que pude para permanecer ao lado dele durante esses três anos e participei ativamente de momentos importantes, como observar seus primeiros passos. Sou grata por isso.
O que quero dizer é que preciso me reencontrar. Olhar para mim como mulher de novo. O que eu gosto? Como eu quero estar daqui a dez anos? Quero exercer essa profissão pro resto da vida? Quero conhecer pessoas novas? Quero conhecer outro país? Qual?
Ainda não obtive respostas concretas para os questionamentos acima. Não sei se terei um dia. Mas gosto de acreditar que com elas logo virão. Esperança é a última que morre, não é?